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Terremoto atinge o Marrocos e deixa mais de mil mortos

último balanço das autoridades marroquinas aumentou de mais de 820 para pelo menos 1037 o número de mortos no sismo registado esta noite, de magnitude 6.8 na escala de Richter, com muitas das vítimas a serem encontradas nas últimas horas em regiões mais isoladas de Marraquexe.

Há pelo menos 1204 feridos que foram hospitalizados no centro do país, sendo que 721 estão “em estado crítico”,  anunciou hoje o Ministério do Interior marroquino.

A cidade de Marraquexe é o maior foco das preocupações das autoridades, a mais densamente povoada das regiões afetadas e onde se encontram vários locais reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade – o que implica, em muitos casos, que as estruturas dos edifícios já se encontrem muito degastadas e em risco de colapso. Vários relatos dão conta de rachas profundas nas paredes da cidade medieval (ou ‘medina’) e de pedaços de uma mesquita que caíram em cima de carros nas ruas.

O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilômetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilômetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilômetros, respectivamente.

O sismo foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).

Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.

A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição”.

Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e louças tremem, e os vidros e louças quebram ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.

O terremoto foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén.

De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.

Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilômetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.

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