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O presidente Lula (PT) anunciou, nesta terça-feira (12), que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai emprestar R$ 1 bilhão para cidades afetadas pela enchente no Rio Grande do Sul. Além disso, disse que o governo vai liberar R$ 600 milhões do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O anúncio ocorre em meio a críticas ao mandatário por não ter visitado a região, após reunião ministerial que ocorreu no Palácio da Alvorada com o chefe do Executivo e 17 dos seus ministros. Lula convocou-os, horas antes, para discutir ações para amenizar impacto da enchente.
“Eu e o companheiro [Geraldo] Alckmin acabamos de fazer uma reunião com a comissão que foi criada para tratar dos problemas do Rio Grande do Sul. Além dos R$ 740 milhões anunciados por ele no último domingo, nós tomamos uma decisão agora de fazer uma concessão de empréstimo do BNDES de R$ 1 bilhão para ajudar a recuperar a economia de todas as cidades. E, ao mesmo tempo, a liberação de R$ 600 milhões do fundo de garantia para atender 354 mil trabalhadores”, disse o chefe do Executivo.
De acordo com auxiliares palacianos, o empréstimo do BNDES terá juro zero.
A declaração foi feita por vídeo, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, divulgado pelo Planalto na noite desta terça. Alckmin esteve no último domingo na região. De acordo com auxiliares palacianos, Lula decidiu não visitar o local, porque o seu vice já foi, enquanto presidente em exercício, e que não seria necessária sua presença.
O ciclone passou no Vale do Taquari (RS), na última segunda-feira (4), e o chefe do Executivo só embarcou paras a Índia na quinta-feira (7), onde participou de reunião do G20.
Lula disse ainda que o governo continuará acompanhando a situação no estado, porque as chuvas não pararam ainda.
“O que eu posso garantir ao povo do Rio Grande do Sul, ao povo da região que foi prejudicada pela chuva é que o governo federal não faltará no atendimento às necessidades do povo da região”, completou, no vídeo.
A reunião no Palácio da Alvorada teve a presença de 14 ministros, como Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde) e José Múcio (Defesa), além da presidente da Caixa, Rita Serrano, do presidente da Conab, Edegar Pretto, e do diretor do BNDES, Nelson Barbosa.
O encontro entrou na agenda de Lula no começo da tarde, e havia sido tornada pública pelo ministro da Secom, Paulo Pimenta, na tarde desta terça-feira (12), em entrevista ao UOL.
“O presidente decidiu agora realizar uma reunião, às 16h, com o comitê interministerial que foi criado, pelo presidente em exercício, na sexta-feira, Geraldo Alckmin, que está acompanhando o andamento, os desdobramentos de todas as ações do governo relativa à tragédia no Rio Grande do Sul. Nós chegamos hoje a 47 óbitos, agora há pouco foi atualizada a informação que ainda temos oito pessoas desaparecidas”, afirmou Pimenta.
Durante a viagem de Lula à Índia, Alckmin realizou duas reuniões com ministros durante o feriado prolongado do Dia da Independência. O presidente em exercício também viajou ao Rio Grande do Sul para prestar solidariedade e coordenar as ações federais.
O número de pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana subiu para 47, de acordo com atualização do boletim da Defesa Civil do estado.
A nova morte foi confirmada no município de Colinas, banhado pelo rio Taquari e que faz fronteira com a cidade de Roca Sales, devastada pelo temporal.
Já o número oficial de pessoas desaparecidas caiu. Após investigação da Polícia Civil que partiu de uma lista de 83 nomes, a maior parte foi localizada e restam nove pessoas desaparecidas. Até a noite de segunda (11), a Defesa Civil contabilizava 46 desaparecidos.