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Após reunião a pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE), o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza se comprometeram a criar, cada um, um plano de contigência para conter a atual “crise na saúde”, que tanto a população quanto os profissionais enfrentam nos últimos meses. O prazo para a apresentação do documento é esta sexta-feira (28).
Em reunião relizada nesta semana, o MPCE reuniu representanes das secretarias estaduais e municipais e pontuou problemas, listando as questões a serem resolvidas, como:
Os planos de contingência são documentos com detalhes de como as redes de saúde devem se readequar para conseguirem atender a demanda de pacientes no Estado, além de apresentar soluções para a assistência médica no longo prazo.
“O MPCE tem cobrado providências urgentes para que a população não seja prejudicada por falta de acesso aos serviços de saúde e leitos hospitalares”, como informou o órgão.
No momento, os bebês e as crianças são os pacientes que mais preocupam o grupo. De modo geral, os atendimentos crescem durante o período chuvoso, entre fevereiro e maio, quando há maior circulação viral.
Para se ter uma noção disso, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade de referência no atendimento infantil no Estado, teve um acréscimo de 63,8% na procura entre fevereiro e março, conforme o monitoramento do IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Enquanto foram 8.769 bebês e crianças atendidas na unidade em fevereiro, os atendimentos subiram para 14.365 pacientes no Hias, em março. Os dados de abril ainda não foram disponibilizados.
Nesse mesmo período, o número de pessoas que buscaram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza por causa de sintomas gripais mais do que dobrou. Foram 8.600 em fevereiro e 17.987 em março.
Em abril, o registro apresentou uma queda em relação ao mês passado com 9.327 pacientes até o dia 23, quando o sistema foi atualizado pela última vez. A UPA do Edson Queiroz não fornece dados desde fevereiro e a UPA do José Walter também não repassa informações desde março.
O Diário do Nordeste percorreu, neste mês, UPAS em Fortaleza para ouvir as principais queixas de usuários e conversou com especialistas para entender: por que a demanda é tão alta?
Dois hospitais de Fortaleza foram fechados para reformas e outros dois tiveram modificações na forma de receber os pacientes, que são tratados após regulação.
Ou seja, essas unidades recebem pessoas que foram atendidas em UPAs, por exemplo, e precisam de internação. No entanto, a Secretaria da Saúde de Fortaleza, responsável por gerir essas unidades, afirma que as mudanças não causaram prejuízos para o atendimento.
“Eu não vejo absolutamente nenhuma relação, porque nós reabrimos o Gonzaguinha do José Walter, com a duplicidade da capacidade de leitos, estamos entregando o Frotinha da Messejana, em junho ou julho”, acrescenta o secretário municipal de Saúde de Fortaleza, Galeno Taumaturgo.
O gestor conversou com a reportagem sobre as mudanças nos hospitais de Fortaleza como uma estratégia para atender melhor os pacientes. “Nós não fechamos, mas sim, alinhamos os hospitais como uma retaguarda, principalmente, para as UPAs. Os pacientes estão esperando muito tempo pela dificuldade de leitos os hospitais”, frisou.
Galeno avalia algumas situações atípicas na demanda de saúde neste ano com aumento, além do comum, de UTIs pediátricas. Por isso, ele avalia como “pertinente” a iniciativa do Ministério Público em reunir os gestores.
“Eu acho que devemos ter uma ação para caminharmos juntos não só para essa sazonalidade, mas no sentido de rever algumas situações para melhorar a saúde em Fortaleza”, destacou.
No perfil de Fortaleza, a gente tem procurado abrir mais leitos de pediatria pelo no momento atual de crise, leitos de clínica de adultos e tentamos aumentar esse suporte de competência do Município
GALENO TAUMATURGOSecretário da Saúde de Fortaleza
O secretário da Saúde de Fortaleza avalia a necessidade de uma ação coordenada para rever a assistência médica.
Foram acrescidos 20 leitos pediátricos em abril deste ano pelo Hospital Infantil Filantrópico (Sopai), totalizando 140 disponibilizados nesta unidade, para acolher os pacientes de Fortaleza.
Questionada sobre o plano de contingência, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que as unidades hospitalares da seguem em pleno funcionamento.
“As propostas ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) serão apresentadas dentro do prazo estabelecido”, informou a Sesa por meio de nota.
Outros detalhes sobre a situação da rede e que o deve ser realizado pela Sesa foram questionados pela reportagem, mas a resposta não foi cedida até esta publicação.
Fonte: Diário do Nordeste