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Aos 18 anos, estudante mineira descobre asteroide em projeto da Nasa

A estudante brasileira Laysa Peixoto Sena Lage, 18, descobriu um novo asteroide por meio de uma campanha da Nasa, a agência espacial americana.

O reconhecimento da descoberta aconteceu em agosto e o astro foi batizado de LPS0003, de acordo com suas iniciais. Futuramente, a jovem poderá escolher um outro nome para ele.

Lage mora na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela sempre estudou em escolas públicas e, atualmente, está no segundo período do curso de física na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde também é monitora no Observatório Astronômico Frei Rosário.

Desde fevereiro, a estudante mineira participa do programa de caça a asteroides da Nasa em parceria com a IASC (sigla em inglês que nomeia um programa internacional de colaboração em pesquisa astronômica).

As imagens do espaço que Lage e os demais participantes recebem são geradas pelo telescópio Pan-STARRS, que fica no Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí.

“As imagens que eles enviam são processadas pelo software Astrometrica e, através dele, eu faço as análises. As imagens são em preto e branco e é preciso analisar cada pixel, porque tem coisas muito pequenas que podem passar despercebidas”, explica a jovem.

Após meses de procura, a estudante identificou alguns objetos e enviou relatórios desses achados para o projeto. Um dos pontos que ela localizou foi, enfim, confirmado pela Nasa como sendo um asteroide.

“Quando eu vi meu nome na lista, fiquei muito feliz e emocionada, mal pude acreditar. Foram meses difíceis, passei algumas noites fazendo as análises para conseguir mandar a tempo. É muito gratificante poder contribuir dessa forma com a ciência”, conta ela.

Desde criança, ela gosta de observar as estrelas e se interessa por astronomia, segundo conta. Mas foi durante o ensino médio que ela teve a oportunidade de participar de algumas olimpíadas científicas e, com isso, se sentiu mais motivada para aprofundar os estudos nessa área.

Em 2020, a jovem de Minas Gerais foi medalhista de prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Neste ano, ela ganhou a medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica.

“Acho muito importante que os alunos tenham conhecimento das olimpíadas científicas, porque elas podem incentivar e transformar a vida dos estudantes, principalmente das escolas públicas”, diz.

Para o futuro, a estudante deseja realizar o curso Advanced Space Academy, da Nasa. Esse é um treinamento imersivo na rotina de trabalho de um astronauta, que resulta em uma missão espacial simulada.

Para conseguir realizar o sonho de estudar na Nasa, a jovem criou uma vaquinha virtual. Ela pretende arrecadar R$ 15 mil para pagar os custos do curso e da viagem para os Estados Unidos.

“Esse é um dos meus próximos passos. Mas também quero terminar a minha graduação e seguir na área da astrofísica e da cosmologia, como pesquisadora, para encontrar mais coisas e contribuir da melhor forma possível”, resume.

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