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Israel intensificou seus ataques contra o Hezbollah após o líder do grupo xiita libanês, Hassan Nasrallah, declarar que “a retaliação virá” em resposta às explosões de pagers e walkie-talkies no Líbano, que ele atribui a ações coordenadas por Israel.
Em comunicado, o exército israelense informou que, na última quinta-feira, ataques aéreos atingiram cerca de 100 lançadores de foguetes do Hezbollah, além de diversas infraestruturas pertencentes à milícia. Fontes de segurança libanesas, que pediram anonimato por não estarem autorizadas a falar com a imprensa, disseram ao New York Times que Israel realizou mais de 70 ataques aéreos.
Os bombardeios de Israel ocorreram depois que o Hezbollah prometeu retaliar as explosões que causaram a morte de pelo menos 37 pessoas e deixaram cerca de 3.200 feridos. Tanto o governo do Líbano quanto o Hezbollah acusam Israel de estar por trás das explosões dos aparelhos de comunicação.
Nasrallah, líder do Hezbollah, prometeu uma resposta severa: “Israel será terrivelmente punido, onde espera e onde não espera”, afirmou em referência aos ataques contra os dispositivos de transmissão do grupo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano também se pronunciou, acusando Israel de aumentar deliberadamente as tensões e expandir o conflito para o território libanês. “Esta escalada israelense coincide com ameaças de expandir a guerra ao Líbano e com um apelo a mais derramamento de sangue e destruição”, afirmou o ministério em comunicado.
O Irã, por sua vez, demonstrou apoio ao Líbano. Na quinta-feira, o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, condenou o que chamou de “crime terrorista do regime de ocupação [Israel]” e afirmou que a resposta da “frente de resistência” será devastadora. “Condeno este ato que resultou em mortes e ferimentos ao querido povo libanês e aos mujahideen do Hezbollah”, disse Salami.
As tensões no Oriente Médio aumentam enquanto os Estados Unidos buscam uma mediação. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi enviado ao Cairo, no Egito, para tentar negociar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, o epicentro do atual conflito.
Entretanto, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, negou qualquer envolvimento americano no ataque. Durante uma coletiva de imprensa, ele afirmou: “Os Estados Unidos não estavam envolvidos. Não tivemos conhecimento prévio do incidente e, neste momento, estamos reunindo informações, assim como os jornalistas ao redor do mundo, para entender o que realmente aconteceu.”