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A força-tarefa da Polícia Técnico-Científica de São Paulo finalizou o trabalho de necropsia dos 62 corpos do acidente do voo 2283, da Voepass, e concluiu que a maioria das vítimas morreu de politraumatismo em razão da queda, ocorrida na última sexta-feira (9), em uma área residencial de Vinhedo (SP).
“A maior parte, sem dúvida nenhuma, foi por politrauma. E, consequentemente, com a explosão da aeronave, alguns foram atingidos pelas chamas. Então, temos uma porcentagem de cadáveres que têm uma carbonização parcial”, disse à reportagem o superintendente Claudinei Salomão.
Ainda conforme Salomão, cerca de 30 profissionais participam dessa força-tarefa, que ainda nesta segunda-feira (12) deve concluir metade da identificação dos corpos, a maioria feita pelas digitais, com a ajuda de equipes da Polícia Civil de São Paulo.
O governo paulista deve conceder uma entrevista às 18h desta segunda para dar detalhes.
“Conforme esses dados de identificação dactiloscópica vão chegando para a gente, as famílias estão sendo notificadas, estão concorrendo aqui junto ao Instituto Médico Legal, onde são atendidas para entrega da declaração de óbito e entrega dos corpos”, acrescentou.
O superintendente afirmou que o processo ocorre relativamente rápido, porque para apenas parte dos corpos será necessária uma identificação odontológica e poucos casos vão depender efetivamente da análise de DNA.
“Agora nós estamos aguardando somente a chegada de dados de identificação que não pertencem a nós. Nós temos aqui cadáveres de indivíduos que são de outros estados, nós dependemos que esses dados sejam fornecidos pelos outros estados para o Instituto de Identificação aqui de São Paulo, para que se faça o confronto”, disse.
“Participaram cerca de 20 médicos legistas, toda a equipe da odontologia legal, que fez as análises odontológicas, radiografia, médico radiologista e a equipe de auxiliares, auxiliares de necropsia, atendentes necrotérios, papiloscopistas e demais auxiliares aqui, tá? Então, foi uma força-tarefa que foi composta aproximadamente de 30 profissionais fazendo rodízio.”
Salomão explica que a necropsia faz a identificação corporal, “se é um homem, se é mulher, qual o grau de eventual carbonização, onde estavam as lesões principais, se são as fraturas principais, se o indivíduo eventualmente tem algum sinal, uma tatuagem, algum sinal outro identificatório”.
Também são colhidas as planilhas dactiloscópicas, com as digitais, que são encaminhadas para o IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), o departamento de identificação da Polícia Civil, que utiliza o próprio banco de dados para confronto e recebe informações de outros estados, quando necessário, como neste caso do Paraná.
“Hoje nós vamos soltar um boletim até o fim da tarde, cerca de 50%, acredito eu, não é um dado preciso, porque isso está confinado com o pessoal da nossa antropologia, o médico antropologista que cuida disso, que está concentrando as informações. Mas eu acredito que ainda hoje a identificação atinja, baseado somente na planilha dactiloscópica, cerca de 30 indivíduos.”
Foram recebidas 51 famílias de vítimas no Instituto Oscar Freire, espaço localizado próximo ao IML, na zona oeste da capital. Nesses atendimentos, os familiares fornecem informações que subsidiam o trabalho dos peritos, além de material biológico. Já foram coletados DNA de 28 famílias em São Paulo e de outras 17 em Cascavel (PR). As equipes da Defesa Civil do estado auxiliam no atendimento.