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Pesquisa do Ipec aponta que, se a eleição fosse hoje, Lula teria 49%, e Bolsonaro, 23%

Os desencontros do Governo Federal nas ações de combate à pandemia, os desgastes da imagem do presidente Jair Bolsonaro e o ressurgimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma intensa agenda de pré-campanha antecipa a polarização da disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. Uma pesquisa do Ipec, publicada, na madrugada desta sexta-feira, aponta que, se o primeiro turno da eleição fosse hoje, Lula receberia 49% dos votos, enquanto Bolsonaro somaria 23%.

A diferença entre os dois principais pré-candidatos à Presidência da República é de 26 pontos e os números, pelo quadro traçado nesse levantamento, daria a vitória ao ex-presidente Lula no primeiro turno da eleição. O petista soma 10 pontos a mais do que a soma total de votos atribuídos aos demais nomes que aparecem atualmente na corrida pré-eleitoral.

A polarização entre Lula e Bolsonaro se configura em meio à indefinição sobre o nome a ser lançado pelo PSDB, que, nesse momento, apresenta quatro pré-candidatos, e as dificuldades enfrentadas pelo pedetista Ciro Gomes para consolidar uma aliança que o garanta mais consistência partidária para se tornar alternativa de terceira via na corrida ao Palácio do Planalto. Ciro aparece com 7% das intenções de votos na pesquisa do Ipec, enquanto João Doria surge com 5%.

Os números do levantamento mostram o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 3% das citações. Entre os entrevistados, os votos brancos e nulos somam 10%, e 3% dos eleitores disseram não saber ou não responderam. A margem de erro da pesquisa, que ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 17 e 21 de junho, é de dois pontos e o nível de confiança é de 95%.

REGIÃO NORDESTE

A Região Nordeste é o maior centro de intenções de votos para o ex-presidente Lula e, ao mesmo tempo, de maior rejeição ao presidente Jair Bolsonaro. O petista, segundo o Ipec, soma 63% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro surge com apenas 15% das menções — o menor índice entre todas as regiões do país.

O ex-presidente Lula aparece como o preferido entre os eleitores mais jovens (53% a 17%); tem maior aceitação dos eleitores com ensino fundamental II (59% a 19%); entre os que se autodeclaram pretos ou pardos (54% a 21%) e entre os que são de outras religiões que não a católica e a evangélica (54% a 19%). Segundo a pesquisa do Ipec, Bolsonaro apresenta melhor desempenho nas Regiões Sul (29%), Norte e Centro-Oeste (28%); entre os homens (28%); entre os evangélicos (32%) e entre quem se autodeclara branco (29%).

REJEIÇÃO CRESCE

A pesquisa do Ipec ouviu os brasileiros sobre as ações do Governo Federal e o estilo de administrar do presidente Bolsonaro. O levantamento mostra que Bolsonaro tem uma reprovação 49% – 10 pontos a menos em relação à pesquisa anterior realizada em fevereiro.

A aprovação do Chefe da Nação é de apenas 24% — quatro pontos a menos em relação a fevereiro, antes do início dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito. Para 26% dos eleitores, o presidente é regular. Outro dado da pesquisa: 66% dos entrevistados não concordam com a maneira do presidente governar e 68% não confiam nele. De acordo com a pesquisa, os que aprovam a forma de gestão do presidente somam 33% e os que confiam em Bolsonaro, 30%.


ORIGEM DO IPEC

O Ipec entrou no mercado com os executivos do Ibope. Um dos principais nomes da empresa é a ex-diretora do Ibope, Márcia Cavallari. Para Márcia, CEO do Ipec, os resultados da pesquisa de avaliação do governo refletem a percepção da população sobre o que está acontecendo no país.

O contexto da CPI da Covid-19, que apura as falhas do Governo Federal no combate à pandemia, expõe ainda mais os erros da administração Bolsonaro na gestão da crise sanitária, o que se reflete no desgaste junto aos eleitores.

Ao mesmo tempo em que sofre queda de popularidade, Bolsonaro sente de perto a ascensão meteórica do ex-presidente Lula que consolida o eleitorado que o acompanhou nas últimas eleições. O vazio entre os partidos que defendem uma chamada terceira via na disputa pela Presidência da República é outro fator que contribui para a polarização atual entre Lula e Bolsonaro. Os percentuais de intenção de votos atribuídos a Lula e Bolsonaro podem com outros nomes que entrarão na corrida presidencial.

Fonte: Ceará Agora

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