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Como prêmio de consolação, Bolsonaro pretende manter Pazuello em cargo no governo

Como prêmio de consolação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discute oferecer um cargo no Poder Executivo ao general Eduardo Pazuello, que deixará o comando do Ministério da Saúde nas próximas semanas.

Segundo assessores presidenciais, o assunto já vem sendo tratado entre Bolsonaro e Pazuello. A hipótese mais provável é um posto de assessor especial da Presidência da República, posição que chegou a ser oferecida, mas acabou recusada, pelo ex-chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) Fabio Wajngarten.

O presidente também considera a possibilidade de o militar ser acomodado em outras estruturas do Palácio do Planalto, como em postos de assessoria do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) ou da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

No Palácio do Planalto, também se discute a possibilidade de o militar ser deslocado para outra pasta ministerial, como Turismo ou Minas e Energia, o que garantiria foro especial ao general e evitaria que inquérito contra ele passasse para a primeira instância.

A informação de que Pazuello deve assumir um cargo no governo foi confirmada por assessores próximos ao ministro. Segundo eles, Pazuello vai ganhar uma “surpresa muito boa” e deve ocupar outro cargo a convite do presidente.

Os detalhes ainda devem ser acertados entre Bolsonaro e Pazuello. Inicialmente, o grupo do ministro diz que a medida ainda está em estudo, mas nega se tratar de retorno ao Exército. A previsão, apontam, é que seja um cargo no Palácio do Planalto.​

O entorno do general, contudo, defende que ele assuma um posto de mais prestígio, como a presidência de uma autarquia federal. Uma das empresas citadas por aliados do militar é Itaipu. Ela era gerida pelo também general Joaquim Silva e Luna, que foi deslocado recentemente para a Petrobras.

A decisão de trocar o comando da Saúde foi tomada por Bolsonaro no último sábado (13), em reunião do presidente com ministros da cúpula militar. O anúncio do novo ministro, o cardiologista Marcelo Queiroga, foi feito na segunda-feira (15), ou seja, apenas dois dias depois.

A rapidez do processo, segundo militares do governo, pegou de surpresa Pazuello, que esperava um período maior de discussões. A pedido de Bolsonaro, ele deve permanecer ao menos até o fim desta semana na Saúde para ajudar na transição da nova gestão.

Atualmente, Pazuello é alvo de uma investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre uma suposta omissão para evitar o colapso de oxigênio em Manaus. Caso ele não mantenha o foro especial, o inquérito contra ele será remetido à primeira instância. A tendência é que vá para a Justiça Federal do Distrito Federal.

O receio de assessores presidenciais é de que, em primeira instância, a análise do caso do militar possa ser tratada de maneira mais rígida, dependendo do magistrado que assumir a investigação.

Relatório assinado pelo próprio ministro, e revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, aponta pelo menos 11 indícios, que podem ser usados como prova, de que ele e a cúpula do Ministério da Saúde tinham conhecimento prévio sobre a grave escassez de oxigênio nos hospitais em Manaus.

O ministro nega responsabilidade sobre o caso e tem repetido que a pasta tem funções de apoio ao governo estadual e municipal. Ao mesmo tempo, tem apontado datas contraditórias de quando foi informado sobre o risco de falta do insumo.

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